Páginas

quinta-feira, 18 de julho de 2013

No regrets - Capítulo trinta

Todo mês, no meio do mês, a Waverly deixa os alunos irem até o centro de Rhinecliff para eles comprarem algumas coisas, comida, roupa, essas coisas... Eu apenas fui até a farmácia com uma autorização falsa da minha mãe e comprei remédios para dormir. Tem realmente muito tempo que eu não durmo. Muito mesmo. Quase não converso com as meninas e muito menos com Justin. Eu usei maconha algumas vezes nos dias que estavam realmente brabos, poucas vezes, mas usei. Também já usei ecstasy nas festas ilícitas que sempre tem aqui no campus. Quase fui pega bebendo e fumando. Nunca pensei que fosse chegar a esse ponto. Mas pelo menos as minhas notas não caíram e eu tenho uma boa chance de entrar em Princeton. Bom, o terceiro ano passou tão rápido, eu queria que durasse mais. De verdade. Já até acabaram as provas. Mas voltando a falar do Justin, eu estou indo no quarto dele agora para esclarecer as coisas. Eu acabei de fumar um pouco de maconha e espero que ele não perceba o cheiro quando eu falar.
 Bati na porta do quarto do Justin e ele disse pra entrar, ele e Noah estavam jogando videogame. Dei um sorriso tímido e entrei.
- Ah... Oi. – Ele disse olhando pra mim e voltando a olhar para a tela da televisão.
- Posso falar com você, Justin?
- Pode... Fala...
- Em particular? – Noah pausou o jogo e se levantou.
- Sem gozar na minha cama, ok? – O Noah não pode sair sem uma piadinha idiota. Depois que ele fechou a porta ficou um silêncio terrível e constrangedor dentro do quarto, coisa que nunca havia acontecido antes com a gente.
- Fala...
- Hm... Eu... Er... Eu queria pedir desculpas... – Ele estava me olhando de braços cruzados e com menos expressão que um tijolo. – Por seja lá o que eu tenha feito... – Eu olhei para os meus próprios pés. Não faço a mínima ideia de como me desculpar com o meu melhor amigo. Essa, na verdade, foi a primeira vez que ficamos sem nos falar por tanto tempo. E se você está se perguntando, não, eu não fiquei literalmente solitária, fiquei com a Trisha e a Emily, mas não é a mesma coisa que a Day, o Justin, Noah, Bia e Ash.
- Ok. Eu te desculpo. – Ele disse, mas ainda sim, tinha alguma coisa errada.
- Pode me explicar o que aconteceu? – Perguntei. – E pode, por favor, me explicar como você sabe de mim e do Austin?
- Quando a gente estava voltando da viagem, eu sentei na sua frente e você estava tão empolgada contando como foi a sua noite maravilhosa com o Sr. Perfeito que nem percebeu que eu estava escutando tudo. Mas eu nem liguei na hora, sabe? Pensei que você ia me contar já que somos amigos desde que nascemos. Mas aí passou um tempo e eu vi que se eu não tivesse escutado, eu nunca saberia porque você não ia me contar! – Ok, era verdade e eu não tinha o que falar.
- Ah! Já que é a hora do desabafo, vou falar também! Por que você me beijou aquele dia no feriado?!
- Deus! Você ainda lembra-se disso?
- Inacreditável! Como você não quer que eu lembre a minha primeira vez, idiota?! – Estávamos gritando, mas eu realmente não estava nem aí.
- Eu sei lá porque eu te beijei! Foi o impulso!
- Foi um impulso?! A minha primeira vez foi com um cara que fez tudo por impulso?!
- Não... Olha... Não foi impulso... Como eu posso dizer isso sem falar demais?
- Ah, quer saber?! Como você não percebeu que eu estava apaixonada por você? Que eu realmente gostava de você e que fiquei muito chateada quando você disse que gostava de mim como amiga?! Não te ocorreu que eu só disse a mesma coisa de você porque eu realmente gostava de você?!
- Eu só disse que não gostava de você porque eu achei que você também não gostava de mim! Ou você acha que eu tomaria a merd* da iniciativa de dormir com você mesmo eu não gostando?! Eu não sou louco e nem o tipo de cara que dorme com a menina por nenhum motivo! Você sabe muito bem!
- Você poderia ter me perguntado, porr*!
- Você nunca me responderia sinceramente! Ainda mais depois que você disse para as coisas voltarem ao normal! Aí que eu desisti de falar mesmo! E por que você acha que eu fiquei estranho antes de te beijar lá naquela casa de praia em Miami?! Quando a gente tinha 14 anos!
- Você já gostava de mim naquela época? – Abaixei o tm de voz.
- Claro. Eu sempre gostei de você, cara. Sempre. Mas eu nunca disse nada porque achei que não era recíproco. – Eu engoli em seco. – Por que você acha que eu fiquei todo esse tempo sem falar com você e chateado depois que eu descobri que você tinha dormido com o Austin? O nome era ciúmes. Eu achei que não tinha como competir com ele e resolvi guardar a porr* do sentimento comigo.
- Você ficou com ciúmes de mim com o Austin? – Senti a minha bochecha corando.
- Claro, ele é mais velho, mais bonito e mais inteligente. Tem um senso de humor intelectual e impecavelmente perfeito.
- Por que você não me disse isso antes?
- Eu já disse que eu não sabia se você gostava de mim...
- Mas...
- Ah, cala a boca. – Ele deu um passo grande que acabava com a distância entre nós e colou nossos corpos me puxando para ele de um modo tão forte que eu achei que ele ia quebrar todos os meus ossos. Depois ele olhou dentro dos meus olhos e me beijou. Um beijo calmo e apaixonado. Um beijo que tirava todo aquele peso dos nossos ombros. Depois de uns dois minutos, descolei nossos lábios.
- Nunca mais fica sem dizer o que você sente, ok? Você me deixou louca durante todo esse tempo. – Ele me deu um beijo na testa.
- Te amo, tá?
- Também te amo, Justin...
- Eu te deixei louca, é? – Ele perguntou com um sorriso que eu conhecia de longe.
- Sim, mas acho que o Austin deixa mais... – Falei provocando-o.
- Vamos ver isso agora... – Ele passou as mãos pela minha bunda e me puxou para um beijo bem mais... Caliente. Fomos andando para trás até que acabamos caindo na cama e rindo. Justin estava por cima de mim quando alguém irrompeu pela porta. Noah.
- Eita, cara. Foi mal. – Ele disse... – Vou até sair, mano...
- Não precisa... Pode ficar. – Eu disse e Noah entrou no quarto e foi ligando o videogame novamente. – Tchau, Justin... Até amanhã. – Dei um beijo na bochecha dele. Quando eu ia me virar ele me pegou pela cintura e disse no meu ouvido:
- Até amanhã... – Ele me deu um selinho e eu saí. Eu preciso contar isso para as meninas, mas primeiro eu tenho que me desculpar com elas.  Mandei uma mensagem para nos encontrarmos no meu quarto.
* * *
Quando elas já estavam lá no quarto, resolvi começar a falar. Odeio pedir desculpas, mas tem horas que é necessário.
- Hm... Eu estou num momento de reconciliação e eu queria pedir desculpa pra você por ter acusado vocês de contarem o meu segredo com o Austin e toda aquela merd*.
- E você espera que nós perdoemos você? – Bianca disse.
- É... – Olhei para elas.
- Claro, mas acredita na gente da próxima vez. – Dayane disse.
- Ah, graças a Deus, eu preciso contar uma coisa pra vocês.
- Vamos, fala. – Ash disse sentada na cama dela, de frente pra minha, onde ei estava com a Bianca.
- Sabe Justin?
- Nãããão! Ninguém conhece ele! – Dayane disse de ironia.
- Besta. – Bianca deu um tapa na minha cabeça. Tá, eu mereci.
- Então. Eu fui pedir desculpa para ele e ele acabou dizendo que gosta de mim e eu disse que eu gosto dele também...
- E? – Ashley disse esperando mais alguma coisa.
- É isso.
- Só? Cadê a novidade? – Dayane perguntou.
- A gente se beijou... Teríamos saído das preliminares se não fosse pelo Noah, mas está tudo bem entre a gente agora.
- E vocês estão namorando agora? – Ashley perguntou.
- Não...
- Por que? – Bianca indagou.
- Não sei, oras. Só não estamos.
- Aff! Ficaram esse tempo todo lerdando pra depois não começarem logo a namorar.
- Não é assim tão simples... – Eu disse, mas eu sabia que era. – Ah, pega o meu celular ali na minha bolsa, Bia? – Ela esticou o braço para pegar a minha bolsa na maçaneta da porta, mas deixou a minha bolsa cair. Algumas cartelas de comprimidos e um frasquinho de vidro caiu no chão.
- Amiga, o que é isso? – Dayane perguntou pegando os remédios do chão...
- São remédios, oras...
- Mas são remédios sedativos de pequeno porte... Que fazem menos e... – Ela parou e olhou pra mim. - V-você não estava tomando isso não né? – Ela disse analisando as embalagens.
- Propofol? Sério? Como conseguiu comprar isso? É tarja preta! – Ashley disse pegando a cartela da mão da Dayane.
- Sabia que se você tomar isso demais, o seu coração podia disparar e você poderia morrer? – Bianca me perguntou assustadamente e eu assenti. Eu sabia disso tudo, mas não ligava muito.
- Calma, gente. Eu só não estava conseguindo dormir.
- Mas poderia acontecer alguma coisa realmente grave! – Ashley disse. - Me dá isso aqui que eu vou jogar no lixo. – Ela pegou o resto dos remédios da mão da Dayane foi ao banheiro e jogou tudo no lixo.
- Nunca mais compre essas coisas, tá? – Bianca disse.
- Tudo bem... Não vou comprar mais...
- E fiquei sabendo que você queimou alguns também. – Ashley disse, referindo-se a maconha.
- E eu sei que vocês já fizeram isso também.
- Verdade, mas você comprou de quem? Diz que não foi do Jose... – Dayane disse
- Claro que não... Eu só tomei o ecstasy dele, mas a maconha eu nem lembro com quem comprei...
- Anjos os demônios? – Bianca perguntou
- Alguma coisa me disse que eu deveria escolher anjos.
- Ainda bem...
- O que as outras fazem?
- Se você ingerir junto com álcool, elas causam uma aceleração no coração, superaquecimento da temperatura corporal e você morre de ataque cardíaco e falta de oxigenação. – Dayane disse.
- Que coisa horrível. – Falei.
- Também acho, mas fazer o que?
- Cara, vocês já sabem com quem vão à formatura? – Peguntei.
- Não... – Bianca disse.
- Claro, sempre.
- Quem, Ashely? – Perguntei.
- Vou com o lindo do Matthew... – Ela disse sorrindo.
- O Matt? Sério? Ele é o maior galinha... – Bianca disse com cara de nojo.
- E? Eu não vou dar pra ele. É só pra não ficar sozinha... E você Dayane?
- Vocês prometem que não vão rir? – Ela disse.
- Prometo. – Dissemos juntas.
- Noah. – Ela disse e fechou os olhos. No mesmo instante começamos a rir. – Vocês acabaram de dizer que não iam rir! – Ela jogou uma almofada na Bianca.
- Ah, cara, o Noah?! – Ashley disse rindo.
- É. Qual é o problema, ele não é feio e tem um corpo muito legal... – Ela disse mexendo nas pontas do cabelo recentemente cortado, mas ainda longo e liso.

- A gente sabe... Mas é o Noah... – Eu disse voltando ao “normal”.


Hello, gatas. Mais um aí pra vocês. Eu não tenho nada pra falar hoje, então, beijos com leite condensado, Gi!

5 comentários: