Páginas

quarta-feira, 19 de junho de 2013

No regrets - Capítulo dezenove

Já tínhamos trocado presentes e eu estava mexendo no celular que eu acabara de ganhar. iPhone 5, apesar de eu achar que é muito exagero, nunca que eu iria recusar um desses. Justin me deu um cordão com a letra J e ele ficou com uma letra G no chaveiro dele. Eu dei pra ele um porta-cd com uma foto nossa, mas ele já sabia que eu ia dar isso pra ele. Se tem uma coisa que você precisa saber sobre ele é que ele sempre estraga es surpresas. Ou ele se dedica inteiramente a descobrir o que é ou ele te faz contar.

Justin P.O.V.

- E aí, filho, já falou pra ela? – Meu pai me perguntou todo animado.

- Falar o que? – Perguntei, fingindo que não entendi

- É... Já disse pra ela que você gosta dela? – Minha mãe se meteu na conversa enquanto entramos em casa. “Claro que disse, mãe. Eu até transei com ela na casa da Brett.” Foi o que eu pensei em dizer, mas achei melhor não. Eles não precisam saber de tudo que eu faço quando ela não está por perto. Sem falar que eu nunca diria pra minha mãe com quem eu já transei, seria totalmente sem noção fazer isso.

- N-não... Não disse. – Menti. Na verdade, eu menti sobre estar mentindo. Que garoto mau que eu sou.

- Mas você vai falar? – Minha mãe perguntou num tom entusiasmado que me assustou um pouco. – Vai?

- Não sei, cara. Tenho que ver isso ainda. - Falei e subi as escadas. Mesmo se essa história toda fosse verdade, eu não daria detalhes da minha vida amorosa para os meus pais. Pais são assim: você conta uma coisa e eles vão pedir detalhes de toda a sua vida depois. Como um ralo de informações e depois, toda a sua família sabe que você transou com a sua melhor amiga. Então, não saia contando tudo para eles.

* * *

Giovanna P.O.V.

- E vocês vão embora dia 2? – Brett perguntou enquanto caminhávamos em direção a porta do shopping.

- É. Ainda temos esses dias até o ano novo. – Saímos do shopping e uma rajada de vento frio e seco veio na nossa cara. Quase que a minha saliva congela.

- Argh. Frio da porr*. – Justin reclamou.

- Brett, você está com a chave da sua outra casa? – Chris perguntou

- Sim... Sempre ando com uma cópia na bolsa. Por que?

- Vamos pra lá, está muito frio aqui na rua. A gente pode pegar alguns filmes na locadora e ir pra lá... – Beatrice disse. Não sei bem o motivo, mas tem algo de totalmente empolgante em ir para um lugar frio, ver filmes com os seus amigos e comer besteiras.

- Tudo bem, mas avisem os seus pais... – Brett disse e nós fomos andando até a locadora. Estávamos congelando, mas agradecemos a Deus quando finalmente chegamos na casa de Brett e ficamos na frente da lareira assistindo o filme. Todos amontoados num sofá de couro. Brett, Justin, eu, Chris, Beatrice e Chad. Uma das leis mais importantes da física é: Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo. Quem teorizou isso, certamente, não havia visto a nossa cena no sofá. Instintivamente, a mão de Justin deslizou para a minha perna por baixo do edredom. Não sei se ele percebeu onde estava com a mão, mas ele não tirou dali. A partir daquele momento, algumas lembranças do feriado de Ação de Graças foram sendo jogadas na minha cabeça. Não sei se estamos minimizando tudo isso, ou se é assim mesmo que deveríamos tratar tal situação. Quer dizer, não é uma coisa simples o que fizemos, nós transamos. Deveria significar bem mais para nós dois. Eu perdi a minha virgindade com ele. Quer dizer, concordamos em fazermos as coisas voltarem ao normal e, agora que eu estou pensando nisso, mas não é uma coisa tão irrelevante, ô porr*. Isso é meio confuso pra mim. Bebi um gole do meu chocolate quente. O mesmo gosto do chocolate que Justin fez aquele dia pra gente tomar depois de... Ah, vocês sabem. Mexi-me um pouco no sofá e Justin percebeu que estava com a mão na minha coxa. Mesmo na sala escura, deu pra ver que ele corou e retirou a sua mão rapidamente. Do nada, veio uma ideia louca na minha cabeça. De todo mundo sumir e ficar apenas eu e Justin. E outra ideia mais louca ainda surgiu: e se eu estiver apaixonada por ele? Não. Isso simplesmente não é possível. E não tem um motivo pra ser impossível... Apenas é. É cada coisa que eu penso.

* * *

Já estava de noite quando acabamos de ver os filmes. Eu e Justin caminhamos até a porta e eu tentei abrir. Exato. Tentei. A porta não abria. Por mais que eu empurrasse, ela nem se mexia.

- Justin, tenta abrir aqui. – Justin empurrou a porta, mas mesmo assim, ela nem se mexeu.

- Chris! Ô viad*. Me ajuda aqui. – Justin chamou Chris de uma maneira amigável. Chris empurrou a porta, mas nada... Ótimo, presa dentro da casa da Brett num frio horrível.

- Ótimo. A neve bloqueou a nossa saída. Vai ter que geral dormir aqui. – Chad falou e se jogou no sofá.

- Muito bom mesmo. – Sentei-me no sofá menor, para dois.

- Vamos. Nós somos jovens, somos criativos. O que jovens criativos como nós fazem quando estão com os amigos em casa, sozinhos num dia frio? – Beatrice perguntou.

- Fazem sexo e fumam maconha... – Chad disse. Por mais lamentável que seja, é verdade.

- Tirando isso, criatura.

- Sei lá... – Justin falou sentando-se do meu lado.

- Por que a gente não joga alguma coisa.

- Vish. Da última vez que jogamos isso, por causa do Tom, foi meio estranho. – Brett abriu a boca, como sempre, pra falar besteira.

- Estranho por quê? – Justin perguntou

- Porque você e a Giovanna se beijaram, oras. Vocês são melhores amigos e tal. – Chad sentou no braço do sofá falando com Justin. Eu e ele coramos juntos.

- Você achou estranho? – Perguntei para o Justin.

- Não... Quer dizer, sim... Mas não de um jeito ruim

- De que jeito, então? – Perguntei séria.

- De um jeito “caralh*, beijei a minha melhor amiga”. – Ele estava um pouco assustado com a minha cara séria, então a desfiz num sorriso.

- Tô brincando. Pensei a mesma coisa. – Olhei dentro dos olhos dele e vice-versa. Novamente aquela sensação estranha de achar que estava gostando dele. Ah que droga isso, eu hein.

- IIIIH! Tá rolando alguma coisa que a gente não tá sabendo. – Brett disse. Besta. Rapidamente desviamos os nossos olhares pra outro lugar que não sejam os olhos um do outro.

- Tudo bem, nada de 7 minutos no paraíso. Vamos de Verdade ou Consequência. – Eu disse, na tentativa de amenizar o clima estranho que se formou.

- Todo mundo topa? – Justin perguntou, percebendo a minha tentativa.

- Ahan, quer ficar com ela de novo, né, cachorrão? – Chris perguntou. Eu revirei os olhos.

- Vou pegar uma garrafa na cozinha. – Beatrice se levantou foi na cozinha e voltou segundos depois com uma garrafa de Pellegrino vazia. Sentamos em um roda e começamos a jogar.

* * *

- Brett, verdade ou consequência? – Chad perguntou

- Verdade.

- Por quantos dólares você transaria com uma menina? – Brett fez uma cara de nojo para a pergunta de Chad.

- Não transaria. Que tipo de pergunta é essa?

- O tipo que você respondeu. – Essa resposta meio que não faz sentido, mas ok.

- Giovanna. Verdade ou consequência? – Brett me perguntou

- Hm... Verdade.

- Ok... Aquela vez, no feriado de Ação de Graças, o Justin passou a noite aqui. – Ela fez uma pausa e o meu coração quase saiu pela boca. Como diabos ela sabe que ele passou a noite aqui? – Vocês... – Ela arqueou as sobrancelhas. Eu dei um olhar desesperadamente rápido para o Justin que suspirou e fez um sinal pra eu falar. Fod*u. Pensei.

- A gente...Hm... Nós...

- Fala logo, menina – Chris me apressou.

- É, queremos saber. – Beatrice disse ansiosa. Vamos, garota, pense numa forma delicada de disser que nós transamos.

- Tá... É. Nós dormimos juntos. – Os olhos dos meus amigos se arregalaram. Eu pensei que a Brett ia ficar put* de saber que eu transei com o Justin na cama dela e não contei para ela.

- Amiga. Que bapho. – Brett disse reagindo totalmente do contrário que eu achei.

- Cara, to-do mun-do sabe que vocês são tipo, melhores amigos. E to-do mun-do sabe que vocês meio que gostam um do outro mas, caraca... – Beatrice disse, como sempre, exagerada.

- Gostar dele/Gostar dela? – Dissemos juntos.

- É...

- De onde você tirou isso? – Perguntei.

- Eu nunca disse isso. Eu gosto dela, mas como minha amiga, apenas. – Justin disse.

- É.- Me levantei e fui até a cozinha. Coloquei mais uma xícara de chocolate quente e bebi um gole. Fechei os olhos e aquelas sensações estranhas de estar gostando dele vieram à tona. Não, isso não é possível. A um segundo atrás eu estava tão decidida que não gostava dele.

- Ei... – Abri os olhos e vi que Justin estava na minha frente. – Você não ficou chateada porque eu falei que eu não gostava de você, né?

- Não. Que isso? Não... Não mesmo. – Eu disse num tom bem convincente. Parei pra pensar. Na verdade, eu tinha ficado sim. Se ele não gostava de mim, por que ele tinha me beijado e tomado a iniciativa naquela noite? Por que ele não podia só ter me consolado ao invés de dormir comigo? Na hora fazia todo sentido, mas por que ele queria que tudo voltasse ao normal? Resolvi deixar essas questões para serem resolvidas com o tempo. – Vamos voltar pra lá? – Perguntei.

- Vai lá, vou pegar mais chocolate. – Voltei para a roda com uma xícara de chocolate na mão e milhões de perguntas pipocando na minha cabeça.

- Cadê ele? – Chad perguntou

- Tá se recompondo de rapidinha? – Chris disse e deu uma risada. Fuzilei-o com os olhos. Idiota.

- Não esperem. Quem é o próximo? – Perguntei tentando livrar-me do assunto, o que não foi muito possível, já que todas as perguntas eram direcionadas para mim e para o Justin e tinham haver com aquela noite. Então, resolvi dizer que estava com sono e parar o jogo. Eu estava subindo as escadas para dormir quando escutei a irritante voz de Chris:

- Gi, você vai querer dormir com ele ou eu e o Chad podemos dormir lá no quarto?

- Cala a boca, Chris. – Eu e Justin dissemos juntos.

* * *

Oi gataas! Desculpa a demora pra postar. Mas ta aí mais um capítulo pra vocês! Espero que tenham gostado. Eu estou amando escrever essa história. Beijocas de chocolate branco pra vocês. Gi!

3 comentários: