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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

No regrets - Capítulo quarenta e sete


* * *
Desliguei o despertador com raiva por ter que estudar segunda feira de manhã. Levantei e me olhei no espelho. Cabelo desarrumado, cara de bunda e cansada.

Ótimo. Pensei.

Eu tinha tirado o vestido que estava e dormido apenas de sutiã e calcinha, já que Louis não tinha nenhuma roupa de mulher, nem da Donna, irmã dele que passou uns dias aqui essa semana. Escutei a porta abrindo, mas antes de eu me ligar que era outro cara, e não o meu namorado com que eu estou acostumada, ele já tinha aberto a porta e gritado desculpa bem alto do lado de fora.

Procurei o meu vestido rápido ainda rindo do que aconteceu e vesti, saindo logo em seguida com o celular na mão. Fui até a cozinha pra ver o que ele estava fazendo. Ele estava bebendo alguma coisa de costas pra mim, resolvi dar um sustinho nele.

- Puuuuuuuuuu! – Gritei no seu ouvido gargalhando em seguida da cara de desespero dele. Ele colocou o copo do que parecia ser coca cola na pia e se virou pra trás.

- Doida. Por que fez isso? – Ele perguntou.

- Sei lá. Deu vontade. – Sorri. Ele fitou os meus lábios por alguns segundos que pareceram uma eternidade. Quando senti que ele estava chegando mais perto, resolvi chegar pra trás e dispersar a atenção dele. – O que acha de comprarmos um café e irmos tomando? Não está tão cedo. - Vi Louis corando um pouco e sorri.

- Hm... Er. Claro, vamos. Vou só pegar o meu celular. Pode ir indo para a porta, se quiser... – Ele ficou meio sem graça e saiu procurando o celular pela sala enquanto eu o esperava na porta do apartamento. Ele pegou o celular e fomos caminhando até alguma cafeteria onde compramos dois cappuccinos.

* * *

Todas as vezes que vi Justin na faculdade hoje, ele me encarou com um olhar sem vida, mas que ainda sim, dava um pouco de medo. Contei para Lenorah o que aconteceu e ela achou um absurdo da parte dele e disse que se ele vier falar com ela, vai voar nos pescoço dele com as unhas.

- Ele não podia deixar uma marca em você! A não ser a de chupões! Eu vou matar esse cara quando ele menos esperar. – Lenorah sendo agressiva.

* * *

- Quer que eu te acompanhe até em casa? – Betty perguntou quando me viu pendurando o avental.

- Claro. Quero sim. – Eu estava calma por fora, mas por dentro eu estava com mais medo que eu uma criança sozinha numa floresta escura. E eu não estou exagerando nem um pouco.

Betty me acompanhou até a portaria e depois seguiu para a casa dela. Subi de escadas tentando protelar ao máximo a minha chegada em casa. Como ficaria? Eu dormira na mesma cama que ele?

Abri a porta do apartamento e ele estava do mesmo jeito de ontem. Uma garrafa na mão e uma vazia no chão, vendo televisão. Fechei a porta sem dizer uma palavra e fui direto para o banheiro. Tomei um banho pensando no que eu falaria primeiro. Olhei-me no espelho depois de colocar o cabelo preso num rabo de cavalo e colocar o meu pijama. Meus olhos estavam com uma cara de cansaço.

- Medo do meu ex... Ótimo. – Sussurrei e bufei logo em seguida.

Pendurei a minha toalha no box e deixei a roupa pendurada num cabide, no quarto. Fui até a sala, ao lado do sofá e perguntei.

- Você vai dormir na cama?

- Não. – Ele disse seco, sem desviar os olhos da TV. Suspirei sem fazer muito barulho.

- E amanhã? – Eu disse, tentando estabelecer um padrão.

- Vou. – Ele disse. Entendi que seria um dia eu na cama e outro dia, ele. Tá bom assim. Saí da sala sem nem dar boa noite e me joguei na cama, fazendo força para dormir. Eu não aguentaria dormir chorando e acordar com a cara inchada.

* * *

1 semana depois

Subi no elevador e dei graças à Deus por estar colocando a chave na fechadura do meu apartamento e por ser sexta-feira. Fiquei mais frustrada do que deveria depois de olhar para a sala e me lembrar de que era o meu dia de dormir no sofá. Mas a raiva começou a fervilhar ainda mais quando eu estava colocando os tênis na entrada e vi um par de saltos vermelhos que não eram meus do lado dos Vans sujos do Justin.

Eu vou degolar ele e a vagabunda que está com o Justin. Por Deus eu não fiz barraco porque fui eu quem pediu um tempo, mas não era pra ele comer a primeira vadia que aparecesse na frente dele.

Sentei-me no sofá e deixei os gemidos dela vindos do nosso quarto acabarem até que só os dele ficassem audíveis. Por mais que eu quisesse fazer uma surpresinha, pegar Justin comendo ela não seria assim tão emocionante. Ela estava chupando o pau dele e eu sabia disso porque conhecia esse gemido entredentes de longe.

Pensei no que eu poderia dizer para não entrar assim, sem motivo nenhum. Abri a porta num repente.

- Justin, vai querer o qu... – Eu já sabia o que encontraria, mas tinha que fazer cara de surpresa. A vadia loira oxigenada virou-se para mim ainda segurando o colega dele e ele me olhou com os olhos arregalados. – Desculpa, não sabia que estavam aí. – Disse fechando a porta e rindo baixinho da situação. Tomara que ele tenha broxado.

* * *

Acho que uns dois minutos depois do pequeno incidente, a vadia oxigenada com as pontas dos cabelos falsos azuis já estava indo enquanto eu colocava macarrão nos nossos pratos e coca-cola nos copos e servi na mesa para nós.

Justin não disse nada durante o jantar e aquilo estava começando a me irritar, mas eu fiquei quieta. Nunca gostei de jantares silenciosos, sempre me faziam pensar que tinha alguma coisa errada. Não que não tivesse nada errado, - já que, possivelmente, eu teria feito o meu ex broxar nas mãos de outra garota que talvez saia espalhando isso pra todo mundo que ela conhece – mas sempre achei aceitável as pessoas fingirem que não estava acontecendo nada.

Eu sabia que era minha culpa aquele silêncio insuportável que dura há uma semana, mas se ele quisesse mesmo transar sem ser incomodado, deveria ter ido na porr* de um motel e não na casa dividida.

Tentei puxar assunto, mas nada.

- Como foi no trabalho?

- Normal... – Ele respondeu, apenas.

- Hm... Hoje o café não estava tão cheio.

- Hm... Eu acabei, estou indo dormir. – Ele disse deixando-me sozinha com meus pensamentos. Dei o último gole na minha coca e fui lavar a pouca louça que tinha.

Eu estava sozinha na cozinha, de boa tentando me lembrar do dia que seria a aula extra de dinâmica de palco quando Justin entrou na cozinha e caminhou até o final dela, onde era a área de serviço e colocou um lençol em cima da máquina de lavar, saindo sem dizer uma palavra sequer. Terminei de lavar a louça e fui procurar alguma coisa suja no lençol que Justin colocara lá.

Procurei um pouco quando encostei dois dedos em uma coisa líquida nojenta e um pouco gosmenta. Pressionei os olhos fechados com força quando percebi e identifiquei o que era. Abri os olhos apenas para constatar. Fui correndo lavar minhas mãos. Eu nem sabia de quem era aquela porr* - literalmente - branca. Que nojo. Voltei para perto da máquina e encarei o lençol e coloquei pra lavar separado das outras coisas.

Ele tinha deixado o lençol lá de propósito. Tipo “você me fez broxar, mas eu já tinha gozado”. Eu estava até pensando em pedir desculpas, mas agora que ele faz isso, nem fodedendo.

- Idiota. – Murmurei saindo da cozinha

* * *

- Vamos lá, é agora. Eu tenho que dar o troco. – Marchei até o bar da boate que eu havia ido naquela vez. – Qual é a bebida mais forte que você tem? – Perguntei ao barman.

- Absinto.

- Quero três doses, por favor... – Pedi e ele colocou três copos pequenos na minha frente. Encarei as doses de fada verde, como é chamada a bebida e bebi a primeira sentindo o líquido descer queimando pela minha garganta. Quando chegou no terceiro, minha garganta já estava anestesiada e eu começava a sentir o efeito. Tão rápido assim por que tem mais ou menos 75% de álcool.

Parti em direção ao lounge porque eu sabia que ele estaria lá.

Gosto da boate. Venho todo sábado.


Lembrei-me da fala do inglês com quem esbarrei na minha última visita ao lugar. Fui direto nele, que estava sentado no mesmo sofá branco daquele dia. Perguntei-me se ele sempre usa a mesma tática pra conseguir uma transa. As pessoas daqui devem conhecê-lo, devem saber que ele faz isso.

Ele estava cantando uma mulher, mas fod*-se a vagabunda, cheguei mais ou menos perto dele e disse:

- Você! – Ele ergueu o olhar pra mim sorrindo, pediu licença e veio até mim. Agarrei a nuca dele e tomei seus lábios para mim. Não faço ideia de onde saiu a minha coragem para fazer isso, mas acho que foi das três doses de uma das bebidas mais fortes do mundo. Fiquei sem fôlego e separei nossos rostos, apenas e ele me encarou com os olhos verdes, como a da bebida que eu tomei e sorriu.

- Ainda quer transar? – Perguntei sem pensar. Se pensasse, iria me arrepender. Ele pensou um pouco.

- Quero. Sua casa o na minha? – Lembrei que hoje era o meu dia de dormir na cama.

- Minha. Ele pegou a minha mão e foi comigo até a saída.

* * *

- Olha, eu estava muito decidida lá na boate, mas é porque eu tinha acabado de beber, estava um pouco alterada e queria dar uma dramatizada.

- Não quer mais? – Ele me encarou. Harry já estava em cima de mim, me olhando com aqueles olhos verdes fascinantemente lindos e eu precisava de sexo... E de dar o troco no Justin.

- Claro que quero. – Voltei a beijar boca dele que já estava vermelha.

* * *

- Há-harry! Porr*!

- Tô quase, babe! – Com isso, ele estocou mais forte uma vez e gozamos. No mesmo segundo que chegamos , escutei Justin gritar do outro lado da porta.

- Giovanna? Tem alguém aí com você? – Ele perguntou. Harry saiu de cima de mim e me encarou com os olhos verdes explicitamente confusos.

- Quem é? – Harry sussurrou.

- Meu ex... – Ele franziu a testa. – É, moramos juntos. Terminamos há pouco tempo.

- Ah sim...

Justin P.O.V.

Depois de um tempo escutando a minha mulher gemendo o nome de outro cara – o que era relativamente frustrante - como se fosse uma vadia, resolvi interromper, só que a idiota trancou a porta.

- Giovanna? Tem alguém aí com você? – Perguntei junto à porta. A pergunta soou idiota. É claro que tinha, animal. Pensei. Soou mais idiota quando a resposta demorou e mais ainda quando veio e me fez sentir um babaca apaixonado, o que só aumentava a minha raiva dela.

- Tem sim! Por que? – Não respondi. Acho que ela não queria que parecesse rude, mas soou bem rude pra mim. Do nada, ela abriu a porta usando uma blusa branca dos Beatles, que eu dei pra ela e uma calcinha vermelha. Tudo feito propositalmente, extremamente calculado para ame fazer sentir ciúmes.

Funcionou, vadia. Pensei.

Encarei-a de cima a baixo e ela me olhou com um sorriso vitorioso. Orgulhosa.

- Justin?

- Que? – Olhei pra ela, mas atrás da Giovanna tinha um cara mais ou menos da minha altura terminando de colocar uma calça apertada demais e colocando um sobretudo muito chique que deve ter custado a minha alma, mas que me pareceu bem gay. Ela abriu a porta só pra eu ver a cena. – Nada. Só queria pegar uma coisa, mas esqueci o que era. – Ela sorriu com a minha desculpa idiota. O cara chegou por trás dela, agarrando a sua cintura e deu-lhe um beijo na bochecha.

- Justin, esse é o Harry. Harry, esse é o Justin... – Ela disse, se divertindo com a situação. Eu e o tal Harry apenas maneamos a cabeça.

- Já estou indo, baby. – Ele disse com um forte sotaque britânico. Ela deu um selinho nele.

- A porta está trancada? – Ela perguntou pra mim e eu neguei com a cabeça. – Vem, Harry. Vou te levar na porta. – Ela foi atrás dela encarando a sua bunda e depois se virou pra mim.

- Tchau, Justin. – Ele disse tentando ser educado, mas me pareceu mais com uma merd* de zoação. Não respondi. Trinquei o maxilar e ele saiu. Giovanna estava voltando para o quarto enquanto eu estava indo para a sala.

- Quem era aquele? – Perguntei sendo seco.

- Harry. Já disse.

- Você entendeu o que eu quis dizer. Quem era aquele cara? – Perguntei novamente.

- Pergunta pra sua amiguinha de semana passada. Ela já deve ter dado pra ele. – Ela disse sem olhar pra trás e foi andando até o quarto rebolando aquela bunda gostosa dentro de uma calcinha vermelha e pequena.

Ela estava com ciúmes.

Tudo isso porque ela estava com ciúmes. Por um lado, isso é bom, quer dizer que ela ainda gosta de mim. Por outro... Ela transou com outro cara. Até ontem, eu era o único com o qual ela já tinha dormido e agora, um britânico de merd* estava na lista dela. Fiquei parado olhando para o corredor vazio e pensando nela e me senti um viadinho de doze anos apaixonado. Balancei a cabeça rindo e fui deitar no sofá.

* * *

Um presente pra vocês, já que eu fiquei tanto tempo sem postar. Eu comecei a postar a outra fanfic, Scars, nesse link. Façam-me um favor? Cadastrem-se no site para poderem comentar, não tem quase ninguém lendo lá e eu preciso de vocês. O meu perfil é esse aqui. Faltam só mais dois capítulos pra, acabar, quem tá chorando? Emfim, espero que acompanhem Scars, estou dando o meu melhor, amo vocês, beijos de paçoca, Gi!

Um comentário:

  1. Kkkkkkkkk caraaaa isso taah fantástico kkkkkk! Otimoo continua! -Lays

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