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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

No regrets - Capítulo trinta e sete

De tarde, no dia seguinte eu fui pra casa. Minha mãe falou para eu anotar as coisas do apartamento que ela viu pela internet e ela ia ligar pra lá. Depois do jantar, o Justin veio pra cá e ela ligou.
- Então o aluguel é 660 dólares por mês?... Certo. Então, quantos metros quadrados?...  52 m²... É de um quarto só, né? Tudo bem... Eu vou ver aqui com a minha filha e o namorado dela e nós ligaremos pra você caso aceitemos a proposta. Obrigada. – Ela desligou o telefone. – Então, filha... O Justin viu as fotos?
- Sim... Eu mostrei pra ele.
- E o que você achou, querido?
- Olha, eu achei bem legal. Nas fotos dá exatamente para duas pessoas. Só que a gente vai ter que comprar uma cama nova...
- Bom, isso são detalhes. – Minha mãe disse. – Mas vocês estão certos de que querem realmente fazer isso, né? – Ela disse olhando séria para nós.
- Sim. – Dissemos depois de uma breve olhada um para o outro.
- Então tudo bem... Temos que ir para lá para assinar alguns papéis.
- Tudo bem...
* * *
* * *
20 dias para Princeton – 18 dias para a mudança
Já se passaram duas semanas desde que assinamos os papéis. Fomos para lá e tivemos que dormir num hotel porque o nosso voo foi cancelado por causa da névoa que encobria a cidade impossibilitando qualquer avião de voar. No dia seguinte, e Justin procuramos nos classificados os lugares que estavam contratando pessoas. Ele conseguiu um emprego numa escola primária como professor de violão e eu consegui um emprego num Starbucks que fica perto do apartamento que vamos alugar. O apartamento não é tão grande quanto nas fotos, mas também não é menor que nas fotos. Mas eu gostei do emprego do Justin, ensinar violão numa escola para criancinhas é muito gratificante. Eu, pelo menos, acho muito fofo. Eu achei uma sorte fodid* a dele de conseguir emprego de professor de violão sem nem mesmo ter começado uma faculdade. Mas já que os nossos pais que vão pagar Princeton, nós os fizemos concordar que nós quem pagaríamos o aluguel, que não é tão caro e sobraria dinheiro pra comprar comida e pagar algumas contas.
O apartamento é mesmo só para dormir e finais de semana, já que nós passaremos a maior parte do dia na faculdade e no trabalho. O meu turno no Starbucks é de noite, não durante a madrugada, mas de cinco da tarde às dez da noite. O dele é de tarde então ele estuda de manhã e de noite, no horário que eu estou trabalhando. Então, só nos veremos na faculdade pela manhã. Não é exatamente o que queríamos, mas é o que dá pra fazer agora. Nós não vamos aceitar qualquer ajuda financeira dos nossos pais porque eles já estão pagando a faculdade, que mesmo com alguns descontos por causa das nossas boas notas, ainda é cara. Temos apenas mais três semanas para arrumarmos as nossas coisas e voarmos para vivermos o resto das nossas vidas, como a minha mãe costuma dizer.
Os nossos pais são outro caso. Eles sabem que isso tudo é para o nosso futuro, mas eles estão tristes porque iremos finalmente fazer o nosso “voo solo”. Já até peguei a minha mãe chorando enquanto estava fazendo comida... Justin também conversou com a tia Pattie que apoia a nossa decisão, mas também acabou chorando enquanto conversava com ele. O meu pai está triste também, mas não demonstra chorando assim como as nossas mães. Ele anda muito mais carinhoso comigo. Sempre que eu saio ele diz que me ama, está até me dando beijinho de boa noite. O Jeremy é tipo o nosso melhor amigo, está indo fazer tudo com a gente. Já ajudou a escolher a nossa cama que é uma de casal normal. Isso foi meio constrangedor porque o tio Jeremy disse coisas do tipo:
- Essa cama tem os pés bem firmes? Esse menino puxou o pai, sacomé, né? – Ele disse para o vendedor cutucando Justin nas costelas. O Justin nessa hora não sabia se enfiava a cabeça nos travesseiros de pena de ganso ou nos de elástico de astronauta, coitado. O pai dele é muito engraçado, mas às vezes fala algumas coisas que o Justin tem vontade de voar no pescoço dele, como:
- Você sabia que quando o Justin tinha uns oito anos ele tinha medo de nunca conseguir namorar uma menina e uma vez chorou a noite toda por causa disso? – Eu ri dessa junto com o Jeremy, mesmo com o Justin nos fuzilando com os olhos e com vontade de jogar dois mil litros de ácido sulfúrico na nossa cara. Mas no fundo, nossos pais tem uma maneira diferente de mostrar que nos amam.
Agora eu estou encaixotando algumas das minhas coisas, porque faltam três semanas para eu ia para Princeton É difícil colocar tudo que você quer dentro de algumas caixas. Minha mãe está me ajudando.
- Vai querer levar isso, filha? – Ela perguntou segurando o meu dreamcatcher que o Justin fez pra mim há não sei quanto tempo atrás.
- Claro que eu vou levar. Coloca naquele saco de plástico vazio ali. – Apontei para a ponta da minha cama.
- Esse?
- Não. O pequeno. – Ela pegou o saco, colocou o dreamcatcher e me entregou. – Vou pendurar com um prego em cima da nossa cama.
- Ah, é de casal, né? – Minha mãe perguntou desviando o olhar e lacrando uma caixa com fita adesiva.
- É...
- Ah.
- Ah, mãe, você sabia que a gente...? – Deixei a pergunta no ar.
- N-não...
- Não?
- Não. A senhorita não me disse nada.
- Ah, o que você quer saber?
- Quando foi isso?
- A minha primeira vez? – Eu perguntei.
- É.
- Vem, senta. – Abri um pouco de espaço na cama a nos sentamos uma ao lado da outra e depois comecei a contar pra ela. – Lembra-se aquele Dia de Ação de Graças que você e o papai brigaram? – Ela assentiu.- Eu fui para a casa de inverno da Brett. Sabe? Então. Eu fiquei realmente muito triste e o Justin sabia que eu ia estar lá porque ele me conhece muito bem, então ele foi pra lá também. Ele estava me consolando, até cantou uma música que ele sabe que me deixa calma. E daí... Rolou.
- Ah, filha. Isso já tem dois anos. Por que não me contou antes?
- Não sei... Achei que você não precisava saber.
- Claro que sim. Você pode contar qualquer coisa pra mim, entende? Qualquer mesmo. Eu sou sua mãe. Se eu não souber, como vou poder te defender quando precisar. Tem mais alguma coisa que você precisa me contar? – Deixa eu ver... Eu dormi com o meu professor de história. Serve isso? Não... Não é importante. Pensei.
- Acho que não. Era só isso.
- Então tudo bem. Mas juízo, hein, filha. Não aparece grávida, pelo amor de Deus e que você tem aos seus pais. E... Com o Justin... Você gostava dele, né? Não foi só por fazer, né?
- Ele gostava de mim... E eu dele. A gente só não sabia disso ainda.
- Entendi... Ah, amor de adolescentes. Duas crianças que assistem Bob Esponja e dormem juntos com um cobertor do Homem-Aranha...
- Como você sabe? – Perguntei.
- A Pattie me disse.
- Ok. Como ela sabe?
- Sabendo. – Minha mãe tem 5 anos às vezes. – Filha, outra coisa. Na faculdade vão te pressionar pra fazer coisas que você não quer. Então , não faça nada por obrigação.
- Tudo bem, mãe...
- Filha, eu vou sentir tanto a sua falta.
- Eu também vou sentir a sua, mãe... De verdade. – Eu amo quando ela me chama de filha. Ela me abraçou. Abraços de mãe. Por que tão perfeitos?
* * *
Hello, gatitas (?). Tudo bom coseis? Espero que sim, viu? Alguma de vocês conhecem alguém que tem ingresso para o show do Rio e não vai? Eu estou morrendo por um em qualquer lugar da Apoeteose, isso é extremamente importante pra mim. Mas emfim, gostaram? Espero que sim. Beijinhos de caramelo, Gi!

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