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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

No regrets - Capítulo quarenta e um

Levamos cerca de uma hora e meia pra terminar de pintar tudo. Eu estava cansada demais. Pintar paredes cansa, sabiam? Meu couro cabeludo estava um pouco molhado por causa do suor, minha blusa velha estava com manchas brancas e roxas, minhas unhas estavam sujas de tinta e minhas pernas estava doendo um pouco. Acabei deitando no chão sem me importar com as folhas de jornal um pouco sujas de tinta, afinal, eu também estava toda manchada.

A música que tocava agora era Trading Places, do Usher. Fechei os olhos e deixei a minha cabeça repousar no chão, permiti-me fechar os olhos e tamborilar os dedos no chão, acompanhando o ritmo da música. Senti um calor em cima de mim e era o Justin com aquele peitoral desnudo e sujo de tinta e aquele sorriso que eu já conhecia de longe. Ele piscou os olhos lentamente olhando para mim, sem dizer uma palavra enquanto apoiava cada mão de um lado do meu rosto.

- Que foi? – Perguntei.
- Nada... – Ele umedeceu e mordeu os lábios perfeitamente desenhados e sua boca se entortou num sorriso doce porém malicioso.
- Tudo bem, então eu vou fazer lasanha, tá? – Eu disse me levantando. Ele me puxou de volta e eu revirei os olhos sorrindo ironicamente.
- Você só pode estar me zoando, né?
- Não. Você disse que não era nada e já são quase quatro da tarde, estou com fome. Vai querer lasanha também?
- Você sabe o que eu quero... – Ele disse me puxando pra ele e colocando as mãos no meu bumbum. – E quero agora... – Ele disse dando beijinhos no meu pescoço.
- Mais tarde... – Eu disse e senti o seu riso sem som contra a pele do meu pescoço. Por mais difícil que seja resistir a esse homem, me afastei e fui em direção à porta. Senti outro tapa na minha bunda. – Foi só a gente sair de casa que você mostra o tarado que é, né, Drew? – Perguntei rindo indo em direção a cozinha.
- Com certeza... Sempre fui, só que não tinha em quem descontar... Agora que você está comigo e temos uma casa só pra gente... – Ele deixou a frase no ar me acompanhando até a cozinha.

Era um apartamento pequeno. Sala, cozinha, quarto e banheiro. Mas nosso. Apenas para nós. E podemos fazer tudo que der na telha. Não que eu não goste mais da casa dos meus pais, na verdade, eu a amo, mas quando cheguei aqui, percebi que eu que mandava nesse lugar, não tinha regras para seguir, eu faria as minhas regras e isso tudo cheira a liberdade.

Coloquei a lasanha de frango no microondas e alguns minutos depois, estava pronta. A única coisa que tinha pra acompanhar a lasanha eram duas garrafas de cerveja, já que a coca-cola tínhamos tomado enquanto estávamos pintando as paredes. Coloquei um pedaço para cada um no prato e levamos a lasanha e as garrafas para o quarto e comemos lá. Eu estava encostada numa caixa cheia de coisas e ele em outra.

Quando terminamos, só sobraram as garrafas em nossas mãos e as palavras que saiam de nossas bocas sem nem pensarmos. Conversar para a gente era natural. Ficar sem assunto que era estranho. Eu fiquei encarando Justin por um bom tempo até ele quebrar o silêncio.

- Que foi?
- Sei lá... A sua boca parece pintada de tão rosinha que é. E desenhada.
- E estava pensando em que?
- Em como ela é tão rosa e desenhada, oras.
- E sabe no que eu estou pensando?
- Não. No que? – Bebi mais um gole, quase esvaziando a garrafa.
- A gente ficou muito tempo sem sexo. Eu estou quase morrendo. Crise de abstinência.
- Que pena, querido. Sofra mais um pouco, temos mais o que fazer ainda. Vamos, me ajuda. – Levantei pegando o meu prato e a minha garrafa quase vazia. Levamos as coisas para a cozinha e eu lavei os pratos, os copos e os talheres enquanto o Justin ficava reclamando que precisava de sexo. Eu apenas ria dele. Homens...

* * *

Quatro horas mais tarde, às oito e quinze, já tínhamos colocado quase toda a casa em ordem. Nossa cama estava forrada, o dreamcatcher pendurado na parede onde a cama estava, o gaurda-roupa já estava cheio, a cômoda com as nossas coisas, como porta retratos e perfumes, o criado-mudo do meu lado da cama. A sala já tinha o sofá de frente para a parede onde pretendíamos colocar a TV, a mesa de centro que ficava mais para o canto e o tapete. A cozinha já estava com a geladeira, microondas e fogão. A área de serviço no fundo cozinha já tinha a máquina de lavar e a secadora de roupas, que ainda não tenho ideia de como se usa. O banheiro era só um banheiro, não havia nada para colocar em ordem. Apenas os sabonetes, shampoos e os cremes de cabelo no box.

Exaustos era a palavra certa para nos descrever naquele momento. Estávamos jogados no chão da sala cansados demais até para respirar. Depois de alguns minutos pensando entre levantar dali para tomar banho ou morrer em paz, resolvi ficar com a primeira opção porque meu corpo precisava de um banho quente e relaxante. Justin continuou no chão encarando o teto sem dizer uma palavra enquanto eu levantava.

Peguei minha toalha no quarto e fui para o banheiro. Tirei a roupa, entrei no box e liguei o chuveiro. Dei um grito curto e alto e saí de debaixo do chuveiro quando percebi que a água estava fria.

- Que foi? – Justin gritou da sala
- A água tá gelada! – Gritei em resposta
- Toma banho logo. – Fiquei pulando debaixo d’água esperando para me acostumar, o que não deu nenhum pouco certo. Tomei um banho super rápido, mas que deu para tirar a sujeira do meu corpo.

* * *

Parece que Justin gosta de água gelada, porque são quase nove horas e ele ainda está no banheiro. Desse jeito a primeira conta de água vai vir um absurdo. Nossa, eu pareço uma dona de casa falando desse jeito.

Estava arrumando algumas coisas no armário quando Justin entra com a toalha enrolada na cintura secando os cabelos com a mão. Ele deu aquele sorriso, sabe? Aquele sorriso que é a minha perdição, me olhando com aqueles olhos que sabem demonstrar afeto, mas te levam a loucura quando estão transbordando de malícia e te olham de cima a baixo mordendo os lábios perfeitamente tentadores, como ele fez. Aquele corpo esculpido por anjos, mas que me chama para cair na tentação sem pensar nas consequências todas as vezes que eu olho. Só faltava o meu olhar soltar faísca de tão acesa que eu estava.

Nunca fui de precisar de sexo, mas naquele momento, tudo estava pedindo para que eu desse uma trepada gostosa. Sim, uma trepada. Só pelos nossos olhares, sabíamos que a nossa vontade era de ser selvagem. A iluminação do quarto, apenas com as luzes lá de fora, o quarto totalmente aconchegante, o cheiro do perfume dele se instalando em cada parte do ambiente, tudo implorando de joelhos para que ficássemos juntos.

- Você fica absurdamente gostoso assim. – Eu disse mordendo o meu lábio inferior.
- Desculpa aí, mas você com essa roupa e eu sei que está sem sutiã, essa cara, essa voz sexy e mordendo esse lábio... Tá parecendo uma vadia.
- Eu tô parecendo vadia? Então você está parecendo viad* com essa cara de bebê que você tem.
- Quero ver você me chamar de viad* sentada no me pau. Vem cá. – Ele disse caminhando até mim, tomou meus lábios e envolveu o meu pescoço com as duas mãos. O toque dele pegava fogo e traçava uma linha de tesão pelas partes do meu corpo que seus dedos percorriam. A mão dele apalpava as minhas costas por baixo da blusa.
- Você gosta dessa blusa? – Ele perguntou perto do meu ouvido mordiscando o lóbulo.
- Só um pouco. – Ele sorriu contra a minha pele e forçou a costura da blusa velha que foi rasgada. Olhei para aqueles olhos castanhos claros, segurando o seu pescoço enquanto ele apertava a minha bunda. – Nossa, você está um animal hoje, Justin. – Eu disse ironicamente.
- E você está sendo uma menina má. Sofrerá as consequências terríveis. – Num girar do corpos, ele me empurrou delicadamente, porém muito rápido na cama. Justin deixou a toalha cair, mas para a minha infelicidade, ele estava usando uma boxer. Eu não entendi porque, já que ele estava de toalha. Qual é o problema desse menino?
Justin beijou o meu pescoço e se deixou arfar quando toquei seu membro por cima da cueca.
- Olhe só para você... Precisando de mim.
- Vamos ver quem precisa de quem.
- Sabe que odeio esses joguinhos. – Ele massageou os meus seios com força, tanto que ficaram um pouco doloridos.
- Você pediu por isso, menina má. – Ele beijou desde o meu pescoço até a minha barriga dando leves chupões. Ele mantinha uma das mãos nos meus seios enquanto a outra se ocupava em tirar a minha calcinha. Ele passou os dedos por toda a minha intimidade e sem avisar, senti que ele colocou dois dedos em mim. – Po-porr*, Justin, avisa... – Eu gemi enquanto ele tirava e colocava os dedos em mim.
- De surpresa é melhor. – Ele disse com um sorriso sacana nos lábios. Mordi o lábio inferior para me conter, mas ele percebeu e riu da minha atitude. Quando ele viu que eu não ia me render facilmente, colocou mais um dedo e bom... Foi aí que eu me rendi.
- Porr*, Justin... Vem logo, me fod*. Por favor.
- Adoro ver você implorar por mim... É tão sensual. – Ele disse com aquela voz de rock pornô totalmente sexy subindo até o meu pescoço novamente. Ele conhecia o meu ponto fraco e usava isso a seu favor sempre que podia.

O menino resolveu que estava para me torturar naquele dia. O que eu não entendo. Ficou implorando por sexo o dia inteiro e resolveu protelar bem na hora H. Ele ficou arrastando o seu membro em mim até ele não aguentar mais nenhum pouquinho e acabar colocando tudo de uma vez.

- Jus... tin... Justin... – Eu disse jogando a cabeça pra trás e apertando impacientemente o seus ombros que ficariam com marcas das minhas unhas. – V-vai mais rá-rápido. – Cruzei as minhas pernas em volta da sua cintura.
- Mexe o quadril, mexe... – Ele disse no meu ouvido e indo mais rápido, como eu pedi. Seu hálito chicoteando meu pescoço e fazendo os meus pelos do corpo se eriçarem. Fiz o que ele disse, movimentando o meu quadril lentamente em baixo dele. Ele beijou o meu pescoço e roçou seus lábios entreabertos nos meus que estavam comprimidos tentando segurar gemidos muito altos. – Por que você não está gemendo? Estou indo muito fraco? – Ele perguntou ainda com o sorriso sacana nos lábios. Ele diminuiu a velocidade, porém, parecia que estava tentando me perfurar todas as vezes que estocava. Tirava lentamente e enfiava com toda a força possível fazendo nossos corpos se chocarem fortemente.

- Ah... Jus... Eu tô quase... Lá. – Eu disse com a respiração entrecortada. Quando finalmente eu cheguei num orgasmo e gozei, senti uma corrente de prazer percorrer o meu corpo. Logo depois senti o jato dele dentro de mim e lembre que teria que tomar pílula depois.

Ele saiu de cima de mim, me dando espaço para ter a paz de respirar novamente.

- Sabe... – Falei, fazendo com que ele me olhasse, depois que a minha respiração normal voltou – Eu quase nunca pensei em como você era de cama... Enquanto éramos amigos. Mas você conseguiu me surpreender. – Estiquei a mão para ele apertar. Ele apertou e me puxou para cima dele, nos cobrindo com o lençol.
- Você até que manda bem. – Ele riu junto comigo. Ficamos um tempo em silêncio nos encarando. A expressão no rosto dele era impossível de se decifrar. Eu não tinha ideia do que ele estava pensando, então resolvi perguntar.
- O que você está pensando, Justin?
- Eu sabia que você ia perguntar isso. – Ele segurou a minha cintura. – Eu estava pensando que existem 7 bilhões de pessoas no mundo. Sete bilhões. Isso é uma chance em sete bilhões de eu ter encontrado com você em algum momento da minha vida. E eu encontrei. Ganhei na loteria.
- Eu não sei como responder à altura. – Ri.
- Não precisa. Só diz que me ama que eu vou ficar bem satisfeito.
- Eu te amo. – Ele sorriu e colocou uma mecha do meu cabelo pra trás da orelha. - Eu também te amo. – Justin me beijou e me puxou para eu deitar a minha cabeça no seu peito. Noite marcada por um sexo maravilhoso com uma pessoa por quem eu sou apaixonada num lugar que eu posso chamar de nosso.


Babygirls! Tudo bem com vocês? E a vontade de me matar, como está? Então, tem um motivo, o computador onde estava escrita a minha fic tava dando zica na internet e eu não conseguia mexer :(. Mas aqui está um capítulo bem grande pra vocês, pra recompensar (2.149 palavras). Espero que tenham gostado. Vem mais coisa por aí. 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

No regrets - Capítulo quarenta

Eu achei que eu ia ficar tranquila quanto a isso, mas quando a mulher chamou o número do nosso voo, foi como se tivessem enfiado uma faca no meu coração. Foi impossível não soluçar.
- E-eu não quero mais ir, mãe. – Eu disse deixando uma lágrima cair na blusa de cashmare dela.
- Filha, calma, vai dar tudo certo. Só me promete que você vai ficar bem e ligar se precisar de alguma coisa. – Assenti.
- Eu estou com medo. – Eu disse olhando nos olhos dela.
- Você não precisa sentir medo, querida. Eu confio em você e eu te amo. – Ela disse e beijou a minha testa.
- Eu também te amo. – Abracei ela novamente e fui falar com o meu pai que se segurava para não chorar. Suspirei na frente dele, que não disse nada, apenas me abraçou como nunca tinha feito antes. Não que eu me lembre.
- Você vai ser sempre a minha princesinha. Manda aquele garoto cuidar de você muito bem. – Sorri e olhei nos olhos dele que deixaram escapar uma lágrima. – Se não eu capo ele.
- Pode deixar. – Sorri mesmo chorando e fiz um sinal de continência. – Te amo, pai. Quando eu voltar, nós vamos ver um jogo dos Leafs juntos, tá?
- Com certeza. Estarei te esperando com ingressos na mão. – Ele disse e me abraçou. – Vai lá que o seu garoto está esperando você. – Sorri e olhei para trás. Justin estava me esperando com um sorriso, como ele sempre fez. Virei-me, ajeitei a minha bolsa no ombro e caminhei até ele.
- Vai dar tudo certo, tá?
- Eu sei que vai. – Dei um beijo em sua bochecha , nos viramos e passamos pelo portão de embarque. Através do vidro, pude ver o meu pai abraçando a minha mãe de lado e Jeremy fazendo o mesmo com Pattie enquanto eles nos olhavam com aqueles olhos de pais desejando boa sorte. Essa foi uma das imagens que eu nunca vou me esquecer em toda a minha vida. Nunca fui boa com despedidas, mas acho que já estou começando a me acostumar com elas. - Eu amo vocês. – Gesticulei com a boca mesmo que eles não pudessem me ver, me virei e caminhei em direção ao avião.

* * *

Entramos no avião e sentamos nas nossas cadeiras. Foi um dos voos mais longos da minha vida, parecia que aquilo não acabaria nunca. Eu tinha esquecido de como é estar nos Estados Unidos. Não que eu seja patriota, mas as pessoas daqui são rabugentas e os prédios fazem você se sentir uma formiga. O taxista nos levou até o prédio onde moraríamos e nos desejou boa-sorte, o que eu achei educado da parte dele.

Foi uma cena engraçada, eu e Justin, dois novatos numa cidade grande na porta de um prédio gigante com duas malas internacionais cada um. O porteiro, Charlie, nos deu a chave do depósito do prédio para subirmos com as coisas depois de subirmos com as malas. Sabe quando você cria expectativas para um momento? Então, fiquei fazendo isso desde o momento que eu descobri que moraríamos juntos.

Fiquei parada em frente a porta rodando a chave nos dedos pensando se o que eu veria atrás da porta seria a mesma coisa que eu vi quando cheguei aqui só para ver o apartamento. Sinceramente, eu estava protelando o quanto eu pudesse pra que isso chegasse.

- Vai... Abre a porta... – Justin disse me cutucando.
- Tá... Vou abrir. – Coloquei a chave na porta e abri. Olhei para o apartamento médio sem nada na sala concreto na sala. Apenas caixas e mais caixas. Entrei e coloquei as malas perto da porta sentindo o cheiro que aquele lugar tinha. Com certeza eu vou me lembrar disso pra sempre. Cruzei os braços no meio da sala depois de tirar os tênis e ficar só de meia analisando o lugar novamente. Senti os braços de Justin por trás de mim envoltos no meu corpo. Ele me deu um beijo na bochecha.
- Eu disse que a gente ia conseguir. – Ele sussurrou no meu ouvido e eu me virei pra ele colocando meus braços em volta da sua cintura e ele com as duas mãos no meu pescoço.
- Do que eu estava com medo mesmo? – Eu disse olhando nos olhos dele.
- Não sei... Você está comigo. Não precisa ter medo de nada... Eu prometi pro seu pai que você estaria segura. – Sorri pra ele.
- Obrigada. – Encostei a cabeça no seu peito e ele beijou a minha cabeça, me abraçando. Esse cara que estava comigo naquele momento é o cara mais incrível que eu já conheci. Esse apartamento vai ser como um museu de sentimentos, um lugar nosso com histórias e lembranças nossas. Esse foi um começo maravilhoso da época mais incrível das nossas vidas. 

* * *

- Olha, a cama já está montada... – Eu disse me jogando em cima dela, exausta por causa da viagem. Sabe a sensação de alívio, aquele quando você finalmente descansa? Era eu naquele momento. Meus ombros estavam tensos e eu precisava dormir urgentemente.
- É... Parece maior do que na loja. – Ele disse se deitando ao meu lado.
- Por mim tudo bem... – Ficamos encarando o teto por alguns segundos. – A faculdade começa daqui a dois dias...
- Eu sei. Está nervosa?
- Na verdade não. Não sei bem o que pensar ou sentir em relação à isso. É muita informação ao mesmo tempo, sabe?
- Só pensa que vai ser um ano maravilhoso e que a gente vai se dar muito melhor que pensamos juntos. – Ele segurou a minha mão e deu um beijo nela.

* * *

- Ok, por onde começamos? – Perguntei olhando para os baldes de tinta com a mão na cintura. O quarto estava com a parede descascando quando chegamos e resolvemos refazê-lo. Enquanto Justin tirava a massa que estava descascando, eu arrumei algumas coisas na cozinha.
- A gente começa pintando uma parede toda com a tinta branca. As paredes onde não vão ficar a cama, a gente pinta com o roxo escuro e a da cama, deixa de branco.
- Ok. – Eu disse, prendi o cabelo e fui abaixar pra pegar um rolo. Senti um tapa estalado na bunda e eu olhei pra trás e Justin fingiu que estava mexendo nos pincéis. – Qual foi?
- O que? – Ele riu. – Ela estava me olhando, pedindo por um tapinha.
- Idiota. – Eu disse rindo e revirei os olhos. Peguei o rolo e molhei no negócio de tinta roxa. Se aquilo caísse na minha roupa ia fazer um estrago, mas eu estava usando apenas um short preto e apertado de lycra e uma blusa velha de uma banda que eu nem gosto. Passei o rolo na parede num traço nem reto e nem torto, indefinido. – Isso deve ficar muito mais legal com música. – Peguei meu celular e liguei no aleatório e começou a tocar Alive da Krewella. Eu gosto de fazer essas coisas ouvindo música, sempre gostei. Desenhar escutando música, pintar as unhas escutando música e agora pintar paredes escutando música também.

Gente linda do meu coração. Eu, sinceramente, quero pedir desculpas por não ter postado durante tanto tempo. De verdade. Eu estava escrevendo outras coisas e não postei a história, me desculpem mesmo. Mas obrigada por quem continuou visitando o blog, isso me faz um bem enorme. Fiquem sabendo que eu amo os comentários de vocês, por mais que sejam poucos, eu amo cada um deles. Desculpem mesmo. Beijos com Fini pra vocês. Gi!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

No regrets - Capítulo trinta e nove

9 dias para Princeton – 7 dias para a mudança

Ok, minha mãe já abriu uma conta corrente num dos bancos de New Jersey para podermos depositar o dinheiro do salário e para que pudéssemos fazer transferências para pagar o aluguel do apartamento. Eu estou literalmente uma pilha de nervos. Tudo tem que dar certo. Já mandamos algumas coisas para o depósito do prédio para ficar mais fácil de colocá-las no apartamento depois. Vamos nos mudar para o nosso apartamento no final de semana antes de começarem as aulas e os nossos novos empregos. Ou seja, nos mudaremos daqui a oito dias. Quanto mais o tempo passa, mais ansiosa eu fico. E tenho certeza que Justin também. Nossos pais continuam agindo da mesma forma, mas tenho certeza que vão desabar no aeroporto. Principalmente a minha mãe, que faz questão de me dizer todos os dias como ela vai sentir a minha falta enquanto ela cozinha e eu fico perturbando ela ou que ela ficaria mais feliz se eu escolhesse uma faculdade do Canadá porque eu ficaria mais perto de casa e essas coisas que as mães de jovens que vão morar sozinhos gostam de falar.

O meu quarto todo está em caixas, apenas a minha cama e algumas mudas de roupa estão do lado de fora. Isso às vezes me deixa mais tranquila e às vezes, mais ansiosa. Ver o meu quarto assim não é normal, olhar para o teto e não ver os pôsteres da Demi, One Direction e Guns’n’Roses me deixava meio alterada, parecia que eu não estava em casa. E logo, aquela casa não seria mais minha, seria apenas o lugar onde eu passaria alguns feriados ou só a casa dos meus pais. Logo, a minha casa seria um apartamento de um quarto, cozinha, sala e banheiro. Pequeno, comparado à casa que eu sempre vivi, uma casa bem grande, assim como as da vizinhança.

Não falei muito sobre a minha casa por achar que seria ostentação, mas era uma casa bem grande e bem cuidada. Os fundos dela eram virados para o lago Ontario e a frente para a rua e as outras casas. Na verdade, eu achava que era uma das casas mais bonitas da vizinhança. As casas com os fundos virados para o lago, que era maravilhoso no inverno, eram mais caras do que as outras, mas nunca me gabei disso. Como o meu quarto ficava nos fundos, a varanda dele era de frente para o lago e lembro-me nitidamente de quando eu era criança e acordava nas manhãs de natal, olhava para a janela, saia na varanda, sentia a neve e me sentia num filme. Na verdade, nunca tive do que reclamar na minha casa. Com certeza, vou sentir muita falta dela quando eu finalmente me mudar para Jersey.

2 dias para Princeton – 0 dias para a mudança


- Então é isso? – Perguntei descendo a minha última mala e com a minha bolsa para levar no avião.
- Acho que sim, filha. – Ela suspirou se escorando na porta da casa que logo não seria mais minha.
- Vocês podem ir colocando as malas no carro? – Perguntei pra eles, que assentiram pegando o resto das minhas coisas e levando para o carro estacionado na frente da casa. Subi e dei uma última olhada no meu quarto. Todo pintado de roxo com as marcas de durex por ter colado pôsteres na parede, estava com o meu cheiro nele. A cama feita, me esperando pela próxima vez em que eu dormiria nela. As marcas das colagens de fotos que eu fazia na parede, as palavras que eu escrevi nela para dormir e pensar nelas, como uma meta: Respire, Imagine, Acredite e Desfrute. Poucas coisas restaram no meu quarto: A cama, o armário grande que não deu no quarto do apartamento, a cortina lilás, a lareira apagada e as cadeiras brancas da varanda. Parecia tão vazio que eu até fiquei meio triste por ter que ir embora. Novamente, me lembrei das manhãs de natal em que eu acordava maravilhada com a neve e ia pra varanda só de meias para ver aquelas partículas brancas caindo na minha cabeça. Depois eu voltava para a cama e me cobria até a cabeça para me recuperar do frio. Eu estava me segurando para não chorar, mas aquele lugar da minha casa emanava sentimentos bons, lindas lembranças e memórias fortes e nítidas demais para eu não derramar nenhuma lágrima. Lágrimas controladas, porém, com sentimentos. Saudade antecipada, orgulho e alegria por finalmente estar fazendo o meu voo solo, ou nem tão solo assim, já que vou estar com o Justin.

Quando o nome dele veio na minha cabeça, e sorri ao pensar que ele já esteva naquele quarto me consolando diversas vezes por inúmeras coisas e eu nem sequer percebi que, pra ele, eu era muito mais que uma amiga. Esse menino ainda vai me fazer pirar demais, cara.

Desci as escadas, peguei a minha bolsa no corrimão da escada, dei uma última olhada na sala, sorri e fechei a porta.

* * *


Eu estava tentando ficar o mais perto possível dos meus pais antes da moça chamar o número do nosso voo. Naquele momento, se eu pudesse, entraria no útero da minha mãe novamente. Ela tentava não deixar parecer, mas estava com o nariz vermelho e os olhos um pouco inchados de chorar durante a noite. Jeremy e o meu pai conversavam perto do portão de embarque olhando para os aviões.

Essa noite, eu ia descer pra comer alguma coisa e percebi que o meu pai estava vendo Procurando Nemo. Esse filme foi o primeiro que eu vi no cinema e tem um valor muito grande para a nossa família. Quando olhei lá pra baixo, meu pai estava chorando e quando me percebeu na escada, secou as lágrimas, sorriu e mudou de canal. Sorri pra ele ao ver aquela cena e voltei para o meu quarto.

Pattie nem faz questão de esconder nada, chora mesmo. Mãe chorona e coruja do jeito que ela é, não desgrudou do Justin um segundo desde que saiu do carro. Chorava, dizia que amava o Justin e que ia sentir saudades, chorava mais um pouco e falava para termos juízo. Dizia que ia ligar toda semana e que se precisássemos, era só ligar porque ela estaria disposta a fazer o possível.



Geeeeeeeente linda do meu coração, desculpa mesmo por não ter postado, eu estava super enrolada. Desculpem-me de verdade. Eu ainda amo vocês. Então, eu estava pensando sobre a nova história e eu estava pensando em postar no AnimeSpirit, que é um site de fanfictions e é muuuito mais fácil de divulgar que o Blogger. E eu realmente queria que essa nova história fosse realmente lida porque eu estou dando o meu máximo para escrevê-la (de verdade, tem noite que eu fico escrevendo até tarde por causa dos brainstorms).


Mas emfim, o que vocês acham de postar lá? É um site muito bom e, se você tiver uma conta, é só você favoritar a história que eles te avisam quando a pessoa posto, é super fácil para se cadastrar. Espero que vocês gostem da nova plataforma de divulgação. Amo vocês. Beijos com chocolate. Gi