A música que tocava agora era Trading Places, do Usher. Fechei os olhos e deixei a minha cabeça repousar no chão, permiti-me fechar os olhos e tamborilar os dedos no chão, acompanhando o ritmo da música. Senti um calor em cima de mim e era o Justin com aquele peitoral desnudo e sujo de tinta e aquele sorriso que eu já conhecia de longe. Ele piscou os olhos lentamente olhando para mim, sem dizer uma palavra enquanto apoiava cada mão de um lado do meu rosto.
- Que foi? – Perguntei.
- Nada... – Ele umedeceu e mordeu os lábios perfeitamente desenhados e sua boca se entortou num sorriso doce porém malicioso.
- Tudo bem, então eu vou fazer lasanha, tá? – Eu disse me levantando. Ele me puxou de volta e eu revirei os olhos sorrindo ironicamente.
- Você só pode estar me zoando, né?
- Não. Você disse que não era nada e já são quase quatro da tarde, estou com fome. Vai querer lasanha também?
- Você sabe o que eu quero... – Ele disse me puxando pra ele e colocando as mãos no meu bumbum. – E quero agora... – Ele disse dando beijinhos no meu pescoço.
- Mais tarde... – Eu disse e senti o seu riso sem som contra a pele do meu pescoço. Por mais difícil que seja resistir a esse homem, me afastei e fui em direção à porta. Senti outro tapa na minha bunda. – Foi só a gente sair de casa que você mostra o tarado que é, né, Drew? – Perguntei rindo indo em direção a cozinha.
- Com certeza... Sempre fui, só que não tinha em quem descontar... Agora que você está comigo e temos uma casa só pra gente... – Ele deixou a frase no ar me acompanhando até a cozinha.
Era um apartamento pequeno. Sala, cozinha, quarto e banheiro. Mas nosso. Apenas para nós. E podemos fazer tudo que der na telha. Não que eu não goste mais da casa dos meus pais, na verdade, eu a amo, mas quando cheguei aqui, percebi que eu que mandava nesse lugar, não tinha regras para seguir, eu faria as minhas regras e isso tudo cheira a liberdade.
Coloquei a lasanha de frango no microondas e alguns minutos depois, estava pronta. A única coisa que tinha pra acompanhar a lasanha eram duas garrafas de cerveja, já que a coca-cola tínhamos tomado enquanto estávamos pintando as paredes. Coloquei um pedaço para cada um no prato e levamos a lasanha e as garrafas para o quarto e comemos lá. Eu estava encostada numa caixa cheia de coisas e ele em outra.
Quando terminamos, só sobraram as garrafas em nossas mãos e as palavras que saiam de nossas bocas sem nem pensarmos. Conversar para a gente era natural. Ficar sem assunto que era estranho. Eu fiquei encarando Justin por um bom tempo até ele quebrar o silêncio.
- Que foi?
- Sei lá... A sua boca parece pintada de tão rosinha que é. E desenhada.
- E estava pensando em que?
- Em como ela é tão rosa e desenhada, oras.
- E sabe no que eu estou pensando?
- Não. No que? – Bebi mais um gole, quase esvaziando a garrafa.
- A gente ficou muito tempo sem sexo. Eu estou quase morrendo. Crise de abstinência.
- Que pena, querido. Sofra mais um pouco, temos mais o que fazer ainda. Vamos, me ajuda. – Levantei pegando o meu prato e a minha garrafa quase vazia. Levamos as coisas para a cozinha e eu lavei os pratos, os copos e os talheres enquanto o Justin ficava reclamando que precisava de sexo. Eu apenas ria dele. Homens...
* * *
Quatro horas mais tarde, às oito e quinze, já tínhamos colocado quase toda a casa em ordem. Nossa cama estava forrada, o dreamcatcher pendurado na parede onde a cama estava, o gaurda-roupa já estava cheio, a cômoda com as nossas coisas, como porta retratos e perfumes, o criado-mudo do meu lado da cama. A sala já tinha o sofá de frente para a parede onde pretendíamos colocar a TV, a mesa de centro que ficava mais para o canto e o tapete. A cozinha já estava com a geladeira, microondas e fogão. A área de serviço no fundo cozinha já tinha a máquina de lavar e a secadora de roupas, que ainda não tenho ideia de como se usa. O banheiro era só um banheiro, não havia nada para colocar em ordem. Apenas os sabonetes, shampoos e os cremes de cabelo no box.
Exaustos era a palavra certa para nos descrever naquele momento. Estávamos jogados no chão da sala cansados demais até para respirar. Depois de alguns minutos pensando entre levantar dali para tomar banho ou morrer em paz, resolvi ficar com a primeira opção porque meu corpo precisava de um banho quente e relaxante. Justin continuou no chão encarando o teto sem dizer uma palavra enquanto eu levantava.
Peguei minha toalha no quarto e fui para o banheiro. Tirei a roupa, entrei no box e liguei o chuveiro. Dei um grito curto e alto e saí de debaixo do chuveiro quando percebi que a água estava fria.
- Que foi? – Justin gritou da sala
- A água tá gelada! – Gritei em resposta
- Toma banho logo. – Fiquei pulando debaixo d’água esperando para me acostumar, o que não deu nenhum pouco certo. Tomei um banho super rápido, mas que deu para tirar a sujeira do meu corpo.
* * *
Parece que Justin gosta de água gelada, porque são quase nove horas e ele ainda está no banheiro. Desse jeito a primeira conta de água vai vir um absurdo. Nossa, eu pareço uma dona de casa falando desse jeito.
Estava arrumando algumas coisas no armário quando Justin entra com a toalha enrolada na cintura secando os cabelos com a mão. Ele deu aquele sorriso, sabe? Aquele sorriso que é a minha perdição, me olhando com aqueles olhos que sabem demonstrar afeto, mas te levam a loucura quando estão transbordando de malícia e te olham de cima a baixo mordendo os lábios perfeitamente tentadores, como ele fez. Aquele corpo esculpido por anjos, mas que me chama para cair na tentação sem pensar nas consequências todas as vezes que eu olho. Só faltava o meu olhar soltar faísca de tão acesa que eu estava.
Nunca fui de precisar de sexo, mas naquele momento, tudo estava pedindo para que eu desse uma trepada gostosa. Sim, uma trepada. Só pelos nossos olhares, sabíamos que a nossa vontade era de ser selvagem. A iluminação do quarto, apenas com as luzes lá de fora, o quarto totalmente aconchegante, o cheiro do perfume dele se instalando em cada parte do ambiente, tudo implorando de joelhos para que ficássemos juntos.
- Você fica absurdamente gostoso assim. – Eu disse mordendo o meu lábio inferior.
- Desculpa aí, mas você com essa roupa e eu sei que está sem sutiã, essa cara, essa voz sexy e mordendo esse lábio... Tá parecendo uma vadia.
- Eu tô parecendo vadia? Então você está parecendo viad* com essa cara de bebê que você tem.
- Quero ver você me chamar de viad* sentada no me pau. Vem cá. – Ele disse caminhando até mim, tomou meus lábios e envolveu o meu pescoço com as duas mãos. O toque dele pegava fogo e traçava uma linha de tesão pelas partes do meu corpo que seus dedos percorriam. A mão dele apalpava as minhas costas por baixo da blusa.
- Você gosta dessa blusa? – Ele perguntou perto do meu ouvido mordiscando o lóbulo.
- Só um pouco. – Ele sorriu contra a minha pele e forçou a costura da blusa velha que foi rasgada. Olhei para aqueles olhos castanhos claros, segurando o seu pescoço enquanto ele apertava a minha bunda. – Nossa, você está um animal hoje, Justin. – Eu disse ironicamente.
- E você está sendo uma menina má. Sofrerá as consequências terríveis. – Num girar do corpos, ele me empurrou delicadamente, porém muito rápido na cama. Justin deixou a toalha cair, mas para a minha infelicidade, ele estava usando uma boxer. Eu não entendi porque, já que ele estava de toalha. Qual é o problema desse menino?
Justin beijou o meu pescoço e se deixou arfar quando toquei seu membro por cima da cueca.
- Olhe só para você... Precisando de mim.
- Vamos ver quem precisa de quem.
- Sabe que odeio esses joguinhos. – Ele massageou os meus seios com força, tanto que ficaram um pouco doloridos.
- Você pediu por isso, menina má. – Ele beijou desde o meu pescoço até a minha barriga dando leves chupões. Ele mantinha uma das mãos nos meus seios enquanto a outra se ocupava em tirar a minha calcinha. Ele passou os dedos por toda a minha intimidade e sem avisar, senti que ele colocou dois dedos em mim. – Po-porr*, Justin, avisa... – Eu gemi enquanto ele tirava e colocava os dedos em mim.
- De surpresa é melhor. – Ele disse com um sorriso sacana nos lábios. Mordi o lábio inferior para me conter, mas ele percebeu e riu da minha atitude. Quando ele viu que eu não ia me render facilmente, colocou mais um dedo e bom... Foi aí que eu me rendi.
- Porr*, Justin... Vem logo, me fod*. Por favor.
- Adoro ver você implorar por mim... É tão sensual. – Ele disse com aquela voz de rock pornô totalmente sexy subindo até o meu pescoço novamente. Ele conhecia o meu ponto fraco e usava isso a seu favor sempre que podia.
O menino resolveu que estava para me torturar naquele dia. O que eu não entendo. Ficou implorando por sexo o dia inteiro e resolveu protelar bem na hora H. Ele ficou arrastando o seu membro em mim até ele não aguentar mais nenhum pouquinho e acabar colocando tudo de uma vez.
- Jus... tin... Justin... – Eu disse jogando a cabeça pra trás e apertando impacientemente o seus ombros que ficariam com marcas das minhas unhas. – V-vai mais rá-rápido. – Cruzei as minhas pernas em volta da sua cintura.
- Mexe o quadril, mexe... – Ele disse no meu ouvido e indo mais rápido, como eu pedi. Seu hálito chicoteando meu pescoço e fazendo os meus pelos do corpo se eriçarem. Fiz o que ele disse, movimentando o meu quadril lentamente em baixo dele. Ele beijou o meu pescoço e roçou seus lábios entreabertos nos meus que estavam comprimidos tentando segurar gemidos muito altos. – Por que você não está gemendo? Estou indo muito fraco? – Ele perguntou ainda com o sorriso sacana nos lábios. Ele diminuiu a velocidade, porém, parecia que estava tentando me perfurar todas as vezes que estocava. Tirava lentamente e enfiava com toda a força possível fazendo nossos corpos se chocarem fortemente.
- Ah... Jus... Eu tô quase... Lá. – Eu disse com a respiração entrecortada. Quando finalmente eu cheguei num orgasmo e gozei, senti uma corrente de prazer percorrer o meu corpo. Logo depois senti o jato dele dentro de mim e lembre que teria que tomar pílula depois.
Ele saiu de cima de mim, me dando espaço para ter a paz de respirar novamente.
- Sabe... – Falei, fazendo com que ele me olhasse, depois que a minha respiração normal voltou – Eu quase nunca pensei em como você era de cama... Enquanto éramos amigos. Mas você conseguiu me surpreender. – Estiquei a mão para ele apertar. Ele apertou e me puxou para cima dele, nos cobrindo com o lençol.
- Você até que manda bem. – Ele riu junto comigo. Ficamos um tempo em silêncio nos encarando. A expressão no rosto dele era impossível de se decifrar. Eu não tinha ideia do que ele estava pensando, então resolvi perguntar.
- O que você está pensando, Justin?
- Eu sabia que você ia perguntar isso. – Ele segurou a minha cintura. – Eu estava pensando que existem 7 bilhões de pessoas no mundo. Sete bilhões. Isso é uma chance em sete bilhões de eu ter encontrado com você em algum momento da minha vida. E eu encontrei. Ganhei na loteria.
- Eu não sei como responder à altura. – Ri.
- Não precisa. Só diz que me ama que eu vou ficar bem satisfeito.
- Eu te amo. – Ele sorriu e colocou uma mecha do meu cabelo pra trás da orelha. - Eu também te amo. – Justin me beijou e me puxou para eu deitar a minha cabeça no seu peito. Noite marcada por um sexo maravilhoso com uma pessoa por quem eu sou apaixonada num lugar que eu posso chamar de nosso.
Babygirls! Tudo bem com vocês? E a vontade de me matar, como está? Então, tem um motivo, o computador onde estava escrita a minha fic tava dando zica na internet e eu não conseguia mexer :(. Mas aqui está um capítulo bem grande pra vocês, pra recompensar (2.149 palavras). Espero que tenham gostado. Vem mais coisa por aí.