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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

No regrets - Capítulo quarenta

Eu achei que eu ia ficar tranquila quanto a isso, mas quando a mulher chamou o número do nosso voo, foi como se tivessem enfiado uma faca no meu coração. Foi impossível não soluçar.
- E-eu não quero mais ir, mãe. – Eu disse deixando uma lágrima cair na blusa de cashmare dela.
- Filha, calma, vai dar tudo certo. Só me promete que você vai ficar bem e ligar se precisar de alguma coisa. – Assenti.
- Eu estou com medo. – Eu disse olhando nos olhos dela.
- Você não precisa sentir medo, querida. Eu confio em você e eu te amo. – Ela disse e beijou a minha testa.
- Eu também te amo. – Abracei ela novamente e fui falar com o meu pai que se segurava para não chorar. Suspirei na frente dele, que não disse nada, apenas me abraçou como nunca tinha feito antes. Não que eu me lembre.
- Você vai ser sempre a minha princesinha. Manda aquele garoto cuidar de você muito bem. – Sorri e olhei nos olhos dele que deixaram escapar uma lágrima. – Se não eu capo ele.
- Pode deixar. – Sorri mesmo chorando e fiz um sinal de continência. – Te amo, pai. Quando eu voltar, nós vamos ver um jogo dos Leafs juntos, tá?
- Com certeza. Estarei te esperando com ingressos na mão. – Ele disse e me abraçou. – Vai lá que o seu garoto está esperando você. – Sorri e olhei para trás. Justin estava me esperando com um sorriso, como ele sempre fez. Virei-me, ajeitei a minha bolsa no ombro e caminhei até ele.
- Vai dar tudo certo, tá?
- Eu sei que vai. – Dei um beijo em sua bochecha , nos viramos e passamos pelo portão de embarque. Através do vidro, pude ver o meu pai abraçando a minha mãe de lado e Jeremy fazendo o mesmo com Pattie enquanto eles nos olhavam com aqueles olhos de pais desejando boa sorte. Essa foi uma das imagens que eu nunca vou me esquecer em toda a minha vida. Nunca fui boa com despedidas, mas acho que já estou começando a me acostumar com elas. - Eu amo vocês. – Gesticulei com a boca mesmo que eles não pudessem me ver, me virei e caminhei em direção ao avião.

* * *

Entramos no avião e sentamos nas nossas cadeiras. Foi um dos voos mais longos da minha vida, parecia que aquilo não acabaria nunca. Eu tinha esquecido de como é estar nos Estados Unidos. Não que eu seja patriota, mas as pessoas daqui são rabugentas e os prédios fazem você se sentir uma formiga. O taxista nos levou até o prédio onde moraríamos e nos desejou boa-sorte, o que eu achei educado da parte dele.

Foi uma cena engraçada, eu e Justin, dois novatos numa cidade grande na porta de um prédio gigante com duas malas internacionais cada um. O porteiro, Charlie, nos deu a chave do depósito do prédio para subirmos com as coisas depois de subirmos com as malas. Sabe quando você cria expectativas para um momento? Então, fiquei fazendo isso desde o momento que eu descobri que moraríamos juntos.

Fiquei parada em frente a porta rodando a chave nos dedos pensando se o que eu veria atrás da porta seria a mesma coisa que eu vi quando cheguei aqui só para ver o apartamento. Sinceramente, eu estava protelando o quanto eu pudesse pra que isso chegasse.

- Vai... Abre a porta... – Justin disse me cutucando.
- Tá... Vou abrir. – Coloquei a chave na porta e abri. Olhei para o apartamento médio sem nada na sala concreto na sala. Apenas caixas e mais caixas. Entrei e coloquei as malas perto da porta sentindo o cheiro que aquele lugar tinha. Com certeza eu vou me lembrar disso pra sempre. Cruzei os braços no meio da sala depois de tirar os tênis e ficar só de meia analisando o lugar novamente. Senti os braços de Justin por trás de mim envoltos no meu corpo. Ele me deu um beijo na bochecha.
- Eu disse que a gente ia conseguir. – Ele sussurrou no meu ouvido e eu me virei pra ele colocando meus braços em volta da sua cintura e ele com as duas mãos no meu pescoço.
- Do que eu estava com medo mesmo? – Eu disse olhando nos olhos dele.
- Não sei... Você está comigo. Não precisa ter medo de nada... Eu prometi pro seu pai que você estaria segura. – Sorri pra ele.
- Obrigada. – Encostei a cabeça no seu peito e ele beijou a minha cabeça, me abraçando. Esse cara que estava comigo naquele momento é o cara mais incrível que eu já conheci. Esse apartamento vai ser como um museu de sentimentos, um lugar nosso com histórias e lembranças nossas. Esse foi um começo maravilhoso da época mais incrível das nossas vidas. 

* * *

- Olha, a cama já está montada... – Eu disse me jogando em cima dela, exausta por causa da viagem. Sabe a sensação de alívio, aquele quando você finalmente descansa? Era eu naquele momento. Meus ombros estavam tensos e eu precisava dormir urgentemente.
- É... Parece maior do que na loja. – Ele disse se deitando ao meu lado.
- Por mim tudo bem... – Ficamos encarando o teto por alguns segundos. – A faculdade começa daqui a dois dias...
- Eu sei. Está nervosa?
- Na verdade não. Não sei bem o que pensar ou sentir em relação à isso. É muita informação ao mesmo tempo, sabe?
- Só pensa que vai ser um ano maravilhoso e que a gente vai se dar muito melhor que pensamos juntos. – Ele segurou a minha mão e deu um beijo nela.

* * *

- Ok, por onde começamos? – Perguntei olhando para os baldes de tinta com a mão na cintura. O quarto estava com a parede descascando quando chegamos e resolvemos refazê-lo. Enquanto Justin tirava a massa que estava descascando, eu arrumei algumas coisas na cozinha.
- A gente começa pintando uma parede toda com a tinta branca. As paredes onde não vão ficar a cama, a gente pinta com o roxo escuro e a da cama, deixa de branco.
- Ok. – Eu disse, prendi o cabelo e fui abaixar pra pegar um rolo. Senti um tapa estalado na bunda e eu olhei pra trás e Justin fingiu que estava mexendo nos pincéis. – Qual foi?
- O que? – Ele riu. – Ela estava me olhando, pedindo por um tapinha.
- Idiota. – Eu disse rindo e revirei os olhos. Peguei o rolo e molhei no negócio de tinta roxa. Se aquilo caísse na minha roupa ia fazer um estrago, mas eu estava usando apenas um short preto e apertado de lycra e uma blusa velha de uma banda que eu nem gosto. Passei o rolo na parede num traço nem reto e nem torto, indefinido. – Isso deve ficar muito mais legal com música. – Peguei meu celular e liguei no aleatório e começou a tocar Alive da Krewella. Eu gosto de fazer essas coisas ouvindo música, sempre gostei. Desenhar escutando música, pintar as unhas escutando música e agora pintar paredes escutando música também.

Gente linda do meu coração. Eu, sinceramente, quero pedir desculpas por não ter postado durante tanto tempo. De verdade. Eu estava escrevendo outras coisas e não postei a história, me desculpem mesmo. Mas obrigada por quem continuou visitando o blog, isso me faz um bem enorme. Fiquem sabendo que eu amo os comentários de vocês, por mais que sejam poucos, eu amo cada um deles. Desculpem mesmo. Beijos com Fini pra vocês. Gi!

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